domingo, 15 de novembro de 2009

PADRÃO DE LINGUAGEM 24 - Sítios Sagrados

Christopher Alexander
PADRÃO 24 - Sítios Sagrados


...Em cada região, cidade ou bairro, existem lugares especiais, os quais tornaram-se símbolos do local, e as raízes das pessoas lá se encontram. Esses lugares podem ser belezas naturais ou marcos históricos deixados por eras passadas. Mas de alguma forma eles são essenciais.


PREMISSA:
As pessoas não conseguem manter suas raízes espirituais e suas conexões com o passado se o mundo físico no qual elas vivem não sustenta essas raízes.


FATO:
Experimentações informais nas nossas comunidades nos levaram a acreditar que as pessoas concordam a respeito dos sítios que expressam a relação das pessoas com a terra e com o passado. Parece que “os” sítios sagrados para uma determinada área existem como realidades populares objetivas.

Sendo assim, então é essencial que estes sítios específicos sejam preservados e sua importância relevada. A destruição dos sítios que fazem parte da consciência coletiva, gera inevitavelmente lacunas, feridas na comunidade.


Sociedades tradicionais sempre reconheceram a importância destes sítios. Montanhas são marcadas como lugares para peregrinações especiais; rios e pontes se tornam divinos; uma edificação, árvore ou rocha toma o poder pelo qual as pessoas se conectam com o seu próprio passado.


Mas as sociedades modernas geralmente ignoram a importância psicológica destes sítios. Eles são escavados, desenvolvidos e modificados por razões políticas e econômicas, sem considerar estas simples, porém fundamentais questões emocionais, ou então eles são simplesmente ignorados.


POSSIBILIDADES:

Em qualquer área geográfica – grande ou pequena – pergunte a um grande número de pessoas quais sítios e quais lugares fazem com que elas sintam maior contato com o município (1); quais sítios que melhor representam os valores do passado (2) e quais aqueles que personificam a sua conexão com a terra (3).


Estudo de Caso: Porto Alegre-RS
1 - Laçador, Usina do Gasômetro, Parque Moinhos de Vento, Parque Farroupilha, Arco do Expedicionário, Monumento aos Açorianos, Cais do Porto, Parque da Harmonia;
2 - Catedral Metropolitana, Parque da Redenção, Av. Oswaldo Aranha, Casa de Cultura Mário Quintana, Mercado Público, Rua dos Andradas, Praça da Alfândega, Teatro São Pedro, Castelinho do Alto da Bronze, MARGS, Palácio Piratini, Colégio Militar;
3 – Orla do Guaíba, pôr-do-sol (no Guaíba), Reserva do Lami, Morro do Osso, Cascatinha da Glória, Bairro Ipanema (nas margens do Guaíba).
Então insista para que eles sejam preservados...



Uma vez que os sítios sejam escolhidos e preservados, embeleze-os de modo que seu significado público intensifique.
Acreditamos que a melhor forma de intensificar um sítio é através de uma progressão de áreas pelas quais as pessoas deverão passar ao se aproximar do local.
A magnificência do topo de uma montanha é elevada pela dificuldade de alcançar os vales superiores pelos quais este pode ser visto.



Devemos construir ao redor de um sítio sagrado uma série de espaços que vão gradualmente se intensificando e se convergindo ao sítio. O próprio sítio torna-se uma espécie de santuário interno. Se o sítio for muito amplo – uma montanha – a aproximação pode ser obtida através de lugares especiais pelos quais ela pode ser vista – um santuário alcançado após vários níveis.
Dê a cada sítio sagrado um local, ou uma seqüência de lugares, onde pessoas podem relaxar, desfrutar e sentir a presença do lugar.



PORTANTO:
Quer sejam os sítios grandes ou pequenos, quer eles estejam no centro das cidades, nos bairros ou nas profundezas da zona rural, estabeleça ordenanças que irão proteger os sítios sagrados absolutamente, para que no entorno visível nossas raízes não possam ser violadas.

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