segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PADRÃO DE LINGUAGEM 163 – Sala Externa

Christopher Alexander

PADRÃO 163 – Sala Externa


...Toda edificação tem salas onde as pessoas ficam, convivem e conversam. Sempre que possível, estas salas precisam ser embelezadas por uma “sala” ao ar livre próxima.


PREMISSA:

O jardim é um local para se deitar na grama, andar de balanço, jogar bola, plantar flores, brincar com o cachorro. Mas há outra maneira de se estar ao ar livre e suas necessidades de forma alguma se encontram no jardim.


FATO:

Para algumas horas do dia, alguns estados de espírito e tipos de amizade, as pessoas precisam de um lugar para comer, sentar usando roupas formais, beber, conversar e aquietar-se e ainda assim, estar ao ar livre.

Elas precisam literalmente de uma sala externa – um espaço parcialmente fechado, ao ar livre, mas bastante parecido com uma sala, para que as pessoas se comportem como se estivessem num ambiente interno, porém com a adição de belezas naturais como sol, vento, folhas, aromas e grilos.

Todo edifício precisa de uma sala externa acoplada a ele, entre ele e o jardim. Além disso, muitos dos lugares especiais em um jardim – locais ensolarados, terraços, gazebos – precisam ser concebidos como salas externas.

A inspiração para esse padrão partiu do capítulo “The Conditioned Outdoor Room”, de Bernard Rudofsky, no livro “Behind the Picture Window” (New York Press, 1955).

Em uma casa-jardim bem projetada, as pessoas devem poder trabalhar e dormir, cozinhar e comer, brincar e descansar.

Como regra geral, o habitante do nosso clima não faz uso do seu entorno imediato. O máximo que ele concebe é uma varanda cercada.

Como regra geral, o habitante do nosso clima não faz uso do seu entorno imediato. O máximo que ele concebe é uma varanda cercada. O jardim, se é que ele existe, permanece desocupado nos períodos entre festas. De fato, quando se fala sobre “ar livre”, raramente ele se refere ao seu jardim. Ele não pensa no seu jardim como um espaço de estar em potencial.

O uso recente de paredes de vidro alienou o jardim. Até mesmo a “janela-moldura” tem contribuído para separar o interior do exterior; tornando o jardim um local de observação.

O conceito histórico de casa-jardim é inteiramente diferente. Jardins domésticos eram valorizados principalmente por sua habitabilidade e privacidade, duas qualidades que estão ausentes hoje em dia. Mesmo pequenos, eles tinham todos os ingredientes de um ambiente feliz.

Esses jardins eram parte essencial da casa, podendo ser definidos como salas desprovidas de teto. Eram verdadeiras salas de estar ao ar livre.

O material utilizado nas paredes e nos pisos dos jardins romanos eram equivalentes aos usados no interior das edificações. Quanto ao teto, era sempre o céu.

Um espaço ao ar livre se torna uma sala externa especial quando ele é bem definido por paredes, colunas, treliças e céu; e quando esta sala, juntamente com um espaço interno forma uma área de estar virtualmente contínua.

As imagens abaixo demonstram diferentes combinações de elementos para estabelecer o fechamento de um espaço. Cada um é relacionado de maneira levemente diferente com a sua edificação. Rudofsky, no livro citado anteriormente, descreve inclusive como transformar o recuo de jardim em uma sala externa.



PORTANTO:

Construa um local ao ar livre cercado o suficiente para transmitir a sensação de uma sala, mesmo que esta se abra para o céu. Para isto, defina os cantos com colunas, talvez cubra-o parcialmente com uma treliça ou telhado de lona removível e crie “paredes” ao redor, utilizando cercas, paredes baixas, telas ou as paredes da própria edificação.

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